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  Contagem, quinta-feira, 18 de abril de 2024.

Estudo de caso do uso funcional do maracujá é incluído em relatório sobre bioeconomia sustentável da FAO

A experiência brasileira do uso funcional do maracujá, da Rede Passitec, coordenada pela Embrapa Cerrados, está entre os 26 estudos de caso analisados pelo relatório “Towards Sustainable Bioeconomy: lessons learned from case studies”, elaborado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). O documento apresenta casos de sucesso com intervenções sustentáveis nos diferentes setores da bioeconomia em 20 países da África, das Américas, da Ásia e da Europa.

Segundo os autores Marta Gomez San Juan, Anne Bogdanski e Olivier Dubois, o objetivo do relatório é utilizar esses estudos de caso para ampliar a compreensão geral sobre sustentabilidade no contexto do desenvolvimento da bioeconomia. Eles definem a bioeconomia como “a produção, utilização e conservação dos recursos naturais, incluindo o conhecimento associado, ciência, tecnologia e inovação, para prover informação, produtos, processos e serviços em todos os setores econômicos visando à economia sustentável”, conceito estabelecido pela Cúpula Global de Bioeconomia de 2018 (2018 Global Bioeconomy Summit).

A publicação apresenta uma visão geral sobre as intervenções, selecionadas entre mais de 200 estudos de caso enviados pelos governos de diversos países; os objetivos de cada uma; os principais atores envolvidos; o contexto em que foram executadas; os fatores de sucesso que proporcionaram benefícios sustentáveis do ponto de vista econômico, social e ambiental; e as lições aprendidas com a análise.

As intervenções foram examinadas para determinar em que extensão refletem os Princípios e Critérios Aspiracionais para a Bioeconomia Sustentável (Aspirational Principles and Criteria (P&Cs) for Sustainable Bioeconomy) formulados em colaboração com Grupo de Trabalho em Bioeconomia Sustentável (Sustainable Bioeconomy Working Group - ISBWG) em 2016. Também foram analisadas quanto ao atendimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), que orientam o trabalho da FAO em bioeconomia sustentável.

No relatório, o estudo de caso “Uso funcional do maracujá” (Functional use of passion fruit) foi categorizado em dois setores da bioeconomia: “setores agrícolas” e “alimentação e agroindústria”. A FAO também analisou outro estudo de caso brasileiro – “Proteína do girassol” (Sunflower protein), do Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) em parceria com o Fraunhofer Institut, da Alemanha.

Estruturada em 2008, a Rede Passitec reúne cerca de 30 instituições de pesquisa públicas e privadas, além de associações de produtores rurais, órgãos de extensão rural e instituições regionais. Tem como objetivos desenvolver tecnologias para o uso funcional das espécies de Passifloras (Passiflora spp.) silvestres, gerar informações e aumentar o conhecimento sobre os usos para fortalecimento da cadeia de valor.

As linhas de pesquisa estão focadas em informações biológicas, sistemas de produção, novos ingredientes e produtos, além de estudos funcionais e medicinais. Os trabalhos buscam gerar conhecimentos que permitam a estruturação dos elos produtivos para que os frutos e produtos possam ser inseridos nos mercados nacionais e internacionais.

O desenvolvimento tecnológico é realizado de modo a conservar e valorizar o conhecimento popular de uso das variedades silvestres de maracujás, que na região do Cerrado são usadas pelas comunidades locais para alimentação e pelas propriedades medicinais. Um dos exemplos é o do maracujá silvestre Passiflora setacea Decandole, conhecido como “maracujá do sono”, em virtude das propriedades benéficas atribuídas pelo uso tradicional. Os trabalhos da Rede Passitec em conjunto com os da Rede de Melhoramento Genético do Maracujazeiro da Embrapa Cerrados resultaram no lançamento da primeira variedade da espécie a P. setacea (maracujá BRS Pérola do Cerrado), com quádrupla aptidão (consumo in natura, industrial, ornamental e funcional).

O maracujá está se tornando uma alternativa rentável para os produtores, principalmente os pequenos agricultores, e a Rede Passitec tem apoiado as organizações dos produtores para que consigam comercializar os produtos. A polpa, a casca e em alguns casos as sementes e folhas são utilizadas para a produção de ingredientes enriquecidos em fibras, antioxidantes naturais, extratos enriquecidos em bioativos e outros produtos intermediários de uma gama de alimentos, medicamentos e cosméticos.

As informações sobre a Rede Passitec estão disponíveis aqui.

Reconhecimento

Líder da Rede Passitec, a pesquisadora Ana Maria Costa, da Embrapa Cerrados (DF), explica que o uso funcional do maracujá é uma das poucas experiências de sucesso que trabalham toda a cadeia produtiva. “É uma estratégia pouco usual, bem desafiadora e bem sucedida, que pode servir de exemplo para outros países e para várias cadeias, sobretudo para a fruticultura da biodiversidade”, afirma, acrescentando que o relatório dará maior visibilidade à ação.

A pesquisadora lembra que o trabalho estruturado em rede conseguiu obter resultados rapidamente. “Em 2013, o maracujá silvestre BRS Pérola do Cerrado foi lançado e três anos depois as comunidades já estavam produzindo e comercializando os frutos. Houve impacto real na qualidade de vida das pessoas”, diz.

Ana Maria também ressalta a importância do reconhecimento da experiência brasileira pela FAO. “Isso mostra que a Embrapa é uma empresa de vanguarda e que, junto com os parceiros, está antenada com as necessidades da sociedade e trabalha pela pesquisa aplicada com foco na sustentabilidade ambiental, social e econômica”.

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

Fonte: www.embrapa.gov.br


Notícia de 05/06/2019.

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