Rosa, tommy, haden, ubá, palmer e espada são nomes já familiares para quem aprecia manga. São essas algumas das variedades mais famosas da fruta, cujo preço médio caiu 14,2% em setembro no comparativo com agosto, no atacado do entreposto de Contagem da CeasaMinas. Em relação a setembro de 2018, a notícia também é boa para o consumidor, com o produto ficando 13,5% mais barato. Entre seus inúmeros benefícios à saúde, a manga é aliada do coração, conforme aponta estudo publicado em 2018 pela Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.

De acordo com dados do Departamento Técnico da CeasaMinas (Detec), o preço médio da fruta em setembro foi cotado a R$ 2,29/kg no atacado. Já nos primeiros dias de outubro, entre 1o e 11, o produto ficou ainda mais barato, chegando a R$ 2,07/kg.

Segundo o chefe da Seção de Informações de Mercado da CeasaMinas, Ricardo Fernandes Martins, o aumento da oferta está entre os principais fatores para a redução do preço. O volume de manga no entreposto em setembro foi de 2,9 mil toneladas, valor 26% maior que o de agosto, e 7,4% superior ao de igual mês de 2018.

De acordo com Martins, esta época marca a entrada no mercado das variedades comuns de manga, a exemplo de ubá e espada. Esse volume se soma ao das "mangas de mesa", consideradas mais nobres, a exemplo de palmer, haden e tommy, levando à derrubada das cotações.

Produção dobrada
"Lá mesmo no quintal de casa tem muita manga-ubá que eu poderia trazer para a Ceasa mas não faço, porque não quero concorrer com as variedades nobres que tenho aqui", afirma o produtor rural Geraldo Greyck Rodrigues Fonseca, do município mineiro de Gouveia. Ele comercializa no Mercado Livre do Produtor (MLP) de Contagem, na CeasaMinas.

Fonseca vendia a caixa com 20 quilos das variedades palmer e tommy entre R$ 30 e R$ 35, no último dia 11/10. "Neste ano, cheguei a vender a caixa por até R$ 70, em abril. Mas já comercializei a caixa por até R$ 120, em 2014".

Otimista, ele afirma que dobrou a produção em relação à safra do ano passado. "Minha estimativa é poder trazer, entre setembro e janeiro, 220 toneladas de mangas", explica.

Escoar tamanho volume de mercadorias exige lidar com a concorrência cada vez maior de empresas atacadistas distribuidoras, especialmente aquelas que fazem, a exemplo dele, entregas diretas ao cliente. "Não existe cliente fiel, existe preço e qualidade. É o que busco", ressalta.

Demanda fraca

Já o produtor rural Jean Carlos Ribeiro da Silva, do município de Jaíba (MG), acredita que a queda de preço está ligada sobretudo à demanda mais fraca. "Esse preço baixo ocorre não tanto porque há excesso de oferta, mas sim por conta do comércio fraco em razão da crise econômica", aponta.

Ele comercializa no MLP a produção da Associação dos Produtores do NH2 Renascer, comunidade formada por 12 famílias de pequenos agricultores de Jaíba. Silva explica que a produção da comunidade não oscila tanto ao longo do ano, graças à técnica de indução floral. Isso permite oferecer a fruta nas épocas de menor oferta no mercado, quando o preço está mais elevado. "Em abril, por exemplo, chegamos a vender a caixa de 20 quilos por até R$ 60".

A associação traz, em média, cerca de seis toneladas da fruta por dia de mercado na CeasaMinas. No último dia 11, a caixa com 15 quilos de manga-palmer era comercializada por ele a R$ 30 e a de 20 quilos, a R$ 35.

Procedência

A maior parte da manga comercializada no entreposto de Contagem é proveniente de Minas Gerais, que é responsável por 49,8% da oferta. Cerca de 40% do volume total é proveniente de apenas três municípios: Matias Cardoso, Jaíba e Janaúba, todos na região Norte de Minas.

Os demais estados que enviam manga para a CeasaMinas são a Bahia, responsável por 29,8% do volume total, Pernambuco (14,1%) e São Paulo (5,2%), entre outros.

Amiga do coração

A manga é conhecida por seus vários benefícios à saúde, em especial para a visão e na regularização do intestino, sendo rica em nutrientes como as vitaminas A e C. Mas uma pesquisa publicada em 2018 pela Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, aponta que a fruta também pode ajudar a relaxar os vasos sanguíneos, combatendo, desse modo, doenças cardiovasculares.

O estudo contou com mulheres na pós-menopausa que consumiram 330 gramas de manga por dia, durante duas semanas. Os pesquisadores verificaram que a ingestão da fruta relaxou os vasos sanguíneos em menos de duas horas após seu consumo. A pressão de pulso entre as voluntárias também apresentou redução depois do mesmo período de tempo.

Demais produtos em safra e outros dados, como o Boletim Diário de Preços, podem ser consultados pelo link Informações de Mercado do site da CeasaMinas.

Mais informações: Departamento de Comunicação CeasaMinas (31) 3399-2011/2035/2036