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 Quem anda pelos pavilhões da CeasaMinas comprova a riqueza da agricultura mineira. Cem por cento de alguns produtos comercializados no entreposto de Contagem, a exemplo do limão galego, milho verde, ervilha torta, mamão comum, tangerina dekopon, abobrinha menina e chicória, são produzidos em terras mineiras. Em alguns casos, a produção é tanta, que Minas exporta para outros estados e países. O contrário também acontece: a CeasaMinas recebe produtos de todas as regiões do Brasil e de diversos países, aumentando ainda mais a diversificação de mercadorias.
Um dos produtos importados é o pêssego. “O pêssego nacional é o melhor que existe”, assegura o vendedor Guilherme Santos, da Crisfrut, uma das lojas localizadas na CeasaMinas que trabalham com importação e exportação. Se o nosso pêssego é o melhor, então por que trazer a fruta de outros países? “O motivo principal da importação é poder oferecer os produtos ao consumidor durante a entressafra nacional. No fim do ano, por exemplo, só comercializa-se ameixa e pêssego nacional, que é quando acontece a nossa safra. Nesse período, não importamos nada desses produtos. Nos outros meses, recorremos à importação. Isso garante pêssego o ano todo”, explica Guilherme.
Outra justificativa para a importação é a ausência da produção de determinado item no Brasil. É o caso da maçã verde e da maçã red, vindas do Chile e da Argentina. Curiosamente, o item mais exportado pela Crisfrut é a maçã nacional produzida na região sul do Brasil. “Mandamos para a Europa, os EUA e os Emirados Árabes”, afirma Guilherme, que também destaca a exportação de alho, esse sim cultivado em terras mineiras. “O alho, sobretudo o produzido em São Gotardo, é exportado para o mundo inteiro. É o melhor alho do mundo”, completa.
Mundo
Na CeasaMinas, é possível encontrar frutas dos quatro cantos do mundo. A cereja vem dos Estados Unidos e o kiwi, da Nova Zelândia. Também tem pêra da China e laranja de Israel, que viajam, respectivamente, mais de 16 mil e 10 mil quilômetros para chegar até Contagem. A laranja de Israel é um exemplo de outro fator que motiva a importação: a qualidade. “Importamos a laranja navel, que é semelhante à laranja-baía, pelo preço e qualidade. Essa laranja aguenta seis meses depois de colhida. O tratamento é diferente, a embalagem é diferente. Isso acaba impactando na qualidade do produto que a gente recebe”, argumenta Reginaldo Ribeiro, gerente da loja Irmãos Pereira, que também trabalha com importação na CeasaMinas.
Brasil
As relações comerciais acontecem também com outros estados. É o caso do abacaxi, cuja produção mineira representou, em 2020, somente 10,42% do total comercializado no entreposto de Contagem da CeasaMinas. Isso representa quase 4.400 toneladas da fruta. Parte do abacaxi encontrado na CeasaMinas em 2020 – 10.227 toneladas, para ser mais exato – veio de Conceição do Araguaia, no Pará, a cerca de 1.800 km de Contagem.
Conceição do Araguaia é somente um dos 1.150 municípios que fornecem para a CeasaMinas somente no entreposto de Contagem. Somando-se aos municípios que enviam produtos para os entrepostos do interior – Uberlândia, Juiz de Fora, Barbacena, Caratinga e Governador Valadares -, esse número sobe para 2.096, segundo os dados de 2020 fornecidos pela Seção de Informação de Mercado da CeasaMinas.
O número de municípios que vem comprar na CeasaMinas é 500, considerando-se apenas o entreposto de Contagem, e 925, levando-se em conta também os entrepostos do interior. Notícia de 01/11/2021.
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