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 A melhoria das condições climáticas a partir deste segundo semestre tem permitido a queda de preços de algumas frutas e hortaliças na CeasaMinas. Nesse mês de junho, um dos principais exemplos é o repolho híbrido, cujo preço médio caiu 41,7%, entre maio e junho, passando de R$ 2,06/kg para R$ 1,20/kg, no atacado do entreposto de Contagem. O valor é, até o momento, o mais baixo para um único mês neste ano, apesar da alta de 11% em relação a junho de 2021. A expectativa é que até o outubro o momento continue favorável a quem curte uma receita com repolho, com preços mais acessíveis, ofertas maiores e produtos de melhor qualidade.
Além de preços menores, outro fator que pode estimular as vendas é a durabilidade do produto. “O repolho aguenta facilmente oito dias na banca de sacolão nesta época mais seca. Já no período de chuvas, a mesma mercadoria não passa de dois dias”, explica o produtor rural Cristóvão Resende de Abreu. Entre os produtos que ele comercializa no Mercado Livre do Produtor (MLP) do entreposto de Contagem, estão repolho, abobrinha, moranga e pimentão, cultivados em Alfredo Vasconcelos (MG).
Desafio da rentabilidade A diversificação da produção é uma estratégia para tentar garantir rentabilidade para muitos agricultores. Segundo Abreu, de maio a outubro, quem produz repolho “trabalha praticamente para não ficar à toa, porque é muito difícil ter lucro nesse período”.
Por outro lado, durante o período das chuvas, de novembro a março, ele explica que o produtor consegue algum lucro, mas em geral colhe só de 60% a 70% do que plantou: o resto é perdido.
Preço abaixo do custo
Já o produtor Sebastião Rosa de Melo, do município de Lagoa Dourada (MG), lamenta ter que vender a grade de repolho, de 20 quilos cada, entre R$ 15 a R$ 20 no atacado, neste dia 15/7. Ele explica que, para igualar os custos de produção, transporte e comercialização, o preço mínimo deveria estar em R$ 20. “Esse custo poderia ser ainda maior. É que eu utilizo energia elétrica para fazer irrigação, mas a maioria dos produtores da minha região depende do diesel para molhar a lavoura”, ressalta, lembrando das altas recorrentes do combustível neste ano.
Os fertilizantes são para ele os itens que mais têm pesado no último ano. “O saco de 50 quilos de adubo era comercializado por R$ 180 há um ano e passou a custar em torno de R$ 300”, reclama.
Desde 1983 comercializando na CeasaMinas, Abreu afirma ter se acostumado às constantes oscilações de ofertas e preço do mercado hortigranjeiro. “A gente traz o produto para a CeasaMinas esperando vender por um preço e muitas vezes dá outro. Anteontem (13/7), a caixa estava dando R$ 25, por exemplo. Durante o último período de chuvas, cheguei a comercializar a caixa a R$ 90. Em compensação, na época, perdi três canteiros de repolho e couve-flor em um total de 50 mil pés”.
E o surpreendente, segundo ele, é que, mesmo com preços em queda, muitos feirantes deixam de levar a hortaliça. “Dizem que se colocarem na banca, eles não conseguem vender, porque o consumidor está com pouco dinheiro”.
Procedência Quase a totalidade do repolho comercializado no entreposto de Contagem é proveniente de municípios mineiros (99,2%). Dessa oferta, mais de 83% têm como origem a região do Campo das Vertentes, com destaque para os municípios de Lagoa Dourada e Carandaí.
Outros dados sobre comercialização, incluindo o Boletim Diário de Preços, estão disponíveis no site da CeasaMinas, no link Informações de Mercado.
Outras informações: Departamento de Comunicação CeasaMinas (31) 3399-2011/2012/2036
Notícia de 15/07/2022.
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